Sertão Pop Cultura e Turismo

Produtora

Sertão Pop nasceu da necessidade de estar sempre procurando tornar o simples e o belo no gosto popular. Ser tão pop quanto necessário, para o viver bem de quem consume cultura. Acreditamos que para ser consumido pela população tem que ter qualidade e respeito pelo que está se produzindo. Queremos inverter o papel da mídia de massa, que a cada dia "vomita" músicas e pessoas de gosto duvidoso. Queremos abraçar ao belo, ao audível, ao criativo e a produções que eleve o coração e a alma das pessoas.

Acima de qualquer regra de marketing, pensamos que comunicar é estar sempre ligado com tudo que nos rodeia, por isso aqui não trataremos somente de produção cultural, mas também de tudo o que está ao seu alcance,como o turismo. A cultura em geral e o turismo nos interessa. A satisfação de as pessoas estarem em um evento feito pela Sertão Pop é o grande objetivo do nosso trabalho.

Aqui teremos um local aberto, sem limites para pensar. Sem regras, sem pudor e sem preconceitos. Trabalharemos com objetividade, criatividade, eficiência e com muita garra para que os objetivos do nosso público e parceiros estejam ao alcance da sua satisfação.

Nossa produtora é uma sala de aula. Um museu, um brechó, uma galeria de arte. Aqui quem entra não consegue sair tão logo. Não temos copeira e nem "boy", aliás, nós que somos os "boys" daqui. Você também está convidado para ser um dos nossos.





29 de ago. de 2010

Luthier do Ceará participa de evento na França para prospectar negócios


O multiinstrumentista cearense Di Freitas pretende vender sua produção para o mercado Europeu

Bárbara Holanda

Terra onde a riqueza da cultura popular é soberana, o Cariri do Ceará, ao sul do Estado, e a sua musicalidade pulsante atraíram o multiinstrumentista fortalezense de formação clássica Francisco Freitas – mais conhecido como Di Freitas – para uma nova vida. Há dez anos, o músico tocava em uma orquestra em Fortaleza e decidiu deixar de lado a música erudita para seguir a sua paixão: a música popular. Ao chegar ao Cariri, Di Freitas passou a dar aulas de música e como não conseguia encontrar instrumentos no local começou então a produzir autodidaticamente instrumentos musicais, como violão caipira, rabecão, marimbau e especialmente rabeca, ou, como diria Mário de Andrade, “o violino dos homens do povo”. Tudo a partir da cabaça, fruto abundante na região, esculpido pela natureza com o formato do instrumento.

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Divulgação

Di Freitas é músico e produz uma diversidade de instrumentos musicais a partir da cabaça



“A cabaça, além de prática e econômica, possui identidade e sonoridade próprias, que tem muito a ver com a região. As rabecas de cabaça, por exemplo, possuem um timbre único, com som claro e nítido, prontas pra tocar”, explica o músico. Di Freitas conta que inicialmente a luthieria, realizada em uma pequena oficina improvisada, era apenas um hobby e os instrumentos confeccionados eram utilizados por ele, por músicos locais e pela primeira orquestra de rabecas de cabaça do Brasil, criada pelo próprio luthier. “Passei a usar as rabecas e os instrumentos que fazia para meus alunos para produzir uma música minha, que mostrassem todas as minhas influências, que misturam o erudito e o popular, e que os instrumentos também tivessem essa identidade. Dessa maneira, venho trabalhando de forma muito intuitiva e prática”, afirma.

Recentemente, Di Freitas começou a enxergar a luthieria como um negócio e passou a levar a confecção de instrumentos mais a sério. “As vendas ainda são poucas, pois é um mercado muito específico. Acredito que o grande mercado consumidor dos meus instrumentos artesanais não esteja no Brasil e sim na Europa, onde esse tipo de instrumento é valorizado por ter sido bastante produzido e utilizado em diversos períodos da história, como a Idade Média, por exemplo”.

Com essa ideia na cabeça, Di Freitas participa de 27 de setembro a 3 de outubro da 19ª edição do Festival Biarritz – Cinemas e Culturas da América Latina, na França. Ele e outro músico, Evânio Soares, do grupo Zabumbeiros Cariris, irão expor seus produtos e prospectar negócios junto ao mercado europeu. Além da França, os músicos percorrem também a Itália e a Hungria mostrando a produção musical caririense, os instrumentos, a cultura e o potencial turístico da região.

O despertar empreendedor de Di Freitas surgiu a partir da participação, a convite do Sebrae Ceará, na Rodada Internacional de Negócios do Cariri, em 2009,no município de Juazeiro do Norte, distante cerca de 500 quilômetros da capital. Di Freitas conta que na ocasião fez contatos com alguns empresários estrangeiros, mas um empresário francês, dono de uma loja de instrumentos, ficou especialmente interessado em seu trabalho. Depois de quase um ano de contatos e negociações, surgiu a oportunidade de participar do festival, que marcará o início de uma parceria comercial entre o músico cearense e o empresário francês.

“A minha expectativa é que essa parceria continue rendendo bons frutos. Pretendo profissionalizar ainda mais o meu trabalho e trazer mais gente para trabalhar junto. Porque além do negócio tem o pano de fundo cultural que essa atividade traz. É o resgate, a valorização da nossa cultura popular, que infelizmente ainda é mais reconhecida fora do país”, declara Di Freitas.

O gestor dos projetos de Cultura e Turismo do Sebrae no Cariri, Édio Callou, conta que Di Freitas e Evânio Soares participam do Projeto de Desenvolvimento da Economia Criativa da Música na Região do Cariri e receberão o apoio do Sebrae e do Governo do Estado, através da Secretaria de Cultura do Ceará (Secult) no custeio de parte das despesas de deslocamento da missão técnica à Europa. “A expectativa é que essa participação abra as portas da Europa para o mercado da música e lutheria do Cariri”, explica.

Economia Criativa
O Projeto de Desenvolvimento da Economia Criativa da Música na região do Cariri começou a ser executado neste ano e representa uma ampliação e aprimoramento do atendimento do Sebrae Ceará aos segmentos empreendedores da Economia Criativa no Cariri. De acordo com Édio, as ações voltadas para o estímulo ao empreendedorismo na Economia Criativa na região tiveram início em 2003, com atividades pontuais de demandas espontâneas estimuladas por meio do Fórum de Turismo e Cultura Regional.

“A partir de 2008, o atendimento ao setor da cultura passou a ser mais sistemático através de um projeto multisetorial, envolvendo também o turismo. Em 2010, com o surgimento de um projeto setorial desenhado especificamente para atender as demandas de capacitação e formação empreendedora da cadeia produtiva da música, o Sebrae Ceará dá um novo passo para o atendimento das necessidades específicas deste complexo e crescente mercado”, afirma o gestor.

O Projeto de Desenvolvimento da Economia Criativa da Música teve início com um seminário em fevereiro deste ano, envolvendo os principais empreendedores do setor para a definição do objetivo geral, focos estratégico, ações e resultados esperados para num horizonte de três anos. Com o objetivo arrojado de ampliar a comercialização, renda e captação de recursos para os projetos e empreendimentos da cadeia produtiva da música na região, o projeto já realizou várias ações que estão contribuindo para a consolidação dos resultado.

Entre as ações estão a realização de um diagnóstico setorial; a realização do Seminário Negócios da Música, com a disseminação de informações sobre exportação de música, associativismo, produção cultural e casos de sucesso empreendedores; a realização de cursos sobre elaboração de projetos e captação de recursos para projetos culturais; um curso sobre como transformar uma banda em uma microempresa; o apoio à realização de eventos regionais, nacionais e internacionais para o fortalecimento do setor; e a realização de missões técnicas para intercâmbios.

Mais informações:
www.festivaldebiarritz.com
http://difreitas.blogspot.com/
www.myspace.com/difreitas
http://www.myspace.com/zabumbeiroscariris
Sebrae Cariri
Crato – (88) 3523-2025
Juazeiro do Norte – (88) 3512-3322

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